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||Brasil está muito atrasado em relação à Quarta Revolução Industrial

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A aplicação de tecnologias digitais em diversos elos da cadeia produtiva ajudaria a colocar a indústria brasileira no rumo da competitividade internacional e do crescimento econômico, afirma Robert Wayne Jones, vice-presidente da Siemens PLM


*Alguns funcionários, muitas máquinas: 75% da produção da fábrica de Amberg é automatizada| Foto: Divulgação/Siemens AG

O mundo se encontra em meio a um fenômeno que vem sendo chamado de “Quarta Revolução Industrial”. O movimento vincula-se a aplicação de tecnologias que habilitarão uma atuação cada vez mais digital das organizações, o que impactará a relação das empresas com o mercado e afetará profundamente o processo produtivo. Mas, como anda essa tendência no Brasil?

“É necessário que o país passe a olhar a digitalização como a nova etapa da revolução industrial e ofereça políticas necessárias para o incentivo e a adoção dessas novas tecnologias por diversos setores de nossa cadeia produtiva, colocando o país no rumo da competitividade industrial internacional”, aconselha Robert Wayne Jones, vice-presidente da Siemens PLM Software para a região da Américas.

A provedora de sistemas divulgou recentemente uma pesquisa que constatou que o conceito de Indústria 4.0, um dos componentes centrais dessa nova revolução, ainda é pouco conhecido entre as empresas brasileiras. “Apesar da falta de compreensão deste tema, que é complexo, vemos nos executivos brasileiros a vontade de inovar e empreender”, balanceia.

Computerworld Brasil – O que vocês enxergam como oportunidades reais de negócio para adoção do modelo entre empresas locais?

Jones – O mundo vive uma nova revolução industrial. Baseada na integração entre sistemas digitais, mecânicos e de automação, a chamada quarta revolução industrial estabelece novos paradigmas de produção. As fábricas passam a ser mais flexíveis e eficientes, unindo rapidez, baixo custo e níveis mais elevados de qualidade, promovendo novos empregos, altamente qualificados. Customização em massa é uma das demandas para a nova indústria. Isso gera novas oportunidades e cria novos modelos de negócios.

Computerworld Brasil – Um estudo recente encomendado e divulgado por vocês revelou que há falta de compreensão sobre o tema entre os executivos no Brasil. O que a empresa pretende fazer para 'evangelizar' o mercado local?

Jones – No ano passado, outro estudo realizado pelo Instituto Dom Cabral mostrou que mais de 85% dos entrevistados acredita que a digitalização pode aumentar a competitividade no Brasil, tanto na produtividade industrial, como na eficiência energética. Apesar da falta de compreensão deste tema, que é complexo, vemos nos executivos brasileiros a vontade de inovar e empreender. É importante um trabalho de esclarecimento e orientação para que as empresas possam usufruir melhor da vantagem competitiva que a digitalização traz.

Computerworld Brasil – Quais outros desafios e barreiras a Siemens enfrenta para impulsionar o conceito localmente?

Jones – Entre outros desafios, precisamos contar com mão de obra qualificada e investir em tecnologia. No Brasil, a idade média de máquinas e equipamentos é 17 anos, ante sete anos nos Estados Unidos e cinco na Alemanha. É necessário um maior investimento em modernização, especialmente nas empresas de médio porte.

Computerworld Brasil – É possível comparar o estágio de adoção do conceito de indústria 4.0 visto no Brasil com países como Alemanha e EUA? Em uma estimativa, é possível mensurar quanto tempo leva para chegarmos (Brasil) ao estágio visto atualmente nesses países?

Jones – Estes países já possuíam um parque industrial imenso, mas haviam transferido boa parte das suas indústrias para a Ásia, onde mão de obra é muito mais barata. Com a crise de 2008, eles perceberam que poderiam usar a tecnologia para aumentar a produtividade e a qualidade dos seus produtos, e competir com a mão de obra mais barata da Ásia, mantendo (criando) empregos e fortalecendo as economias locais. Este movimento foi essencial para que EUA e Alemanha superassem a crise global. Hoje a Alemanha é a principal economia na Europa, e os EUA já mostram sinais concretos de recuperação da sua atividade econômica, com geração de empregos que levou o FED a subir os juros pela primeira vez desde a deflagração da crise.

Computerworld Brasil – Quanto à adoção do conceito de indústria 4.0 agrega em termos de redução de custos e oportunidades de ganho para uma manufatura no Brasil?

Jones – Em diversos aspectos. Em primeiro lugar, hoje é possível planejar toda a linha de produção no ambiente digital, prevendo possíveis gargalos e expansões futuras. Com isso, a implementação do projeto da fábrica já é realizado de forma mais eficiente, reduzindo custos antes mesmo do início da operação.

Em segundo lugar, a possibilidade de criar e testar um produto no ambiente virtual leva a uma redução considerável no número de protótipos reais. Novamente levando a uma economia no custo inicial do projeto, antes de a operação começar.

Com o início da operação, é possível ter controle absoluto de toda a linha de montagem, em tempo real. Com isso, falhas podem ser corrigidas de forma imediata, e diversas partes do projeto podem ser automatizadas. Isso traz uma redução do custo operacional resultante de falhas competitiva, pois atende a uma necessidade do público moderno que demanda produtos exclusivos a um baixo custo.

Esta notícia de Brasil está muito atrasado em relação à Quarta Revolução Industrial foi produzida por Felipe Dreher.

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